1. Entre a Paulista e a República.

    sábado, 19 de dezembro de 2015

    De repente, entre a Paulista e a República:
    "Espero que a leitura seja boa!" disse ele.
    E deu um sorriso envergonhado, de quem foi pego cometendo um dos crimes mais graves: intrometer-se na leitura do outro. Mas ela não ligou. Aproveitou para fazer o mesmo.
    Os olhos se cruzaram. Um olhar envergonhado mas de cumplicidade, de quem insiste em encontrar escapatória, mesmo que a voz ao fundo insista em anunciar a próxima estação.
    "Obrigada! A sua também."
    Tem coisa mais sincera pra se desejar a alguém?


  2. Minha verdade espantada!

    quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

    “Minha verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia. Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão. Quem não é perdido não conhece a liberdade e não a ama. Quanto a mim, assumo a minha solidão”.

    Clarice Lispector, em 'Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres' 1969.